(Gênesis 2, 9)
O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.
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Vimos em Gn 2,9 que fora mensionado uma determinada árvore, a árvore da vida, a árvore do conhecimento do bem e do mal.
É a partir dessa leitura que quero escrever as próximas linhas desta meditação.
Um amigo me perguntou nesses termos: “Se a árvore é do conhecimento do bem e do mal, porque era proibido se servir dela?”
Inicialmente fiquei sem resposta, mas ao longo dos dias fui ligando uma coisa a outra e creio que encontrei essa resposta que, detalhadamente quero expor a todos.
Deus, em sua infinita sabedoria dispôs de tudo a seu favor e, com ordem a modelou conforme a necessidade de cada um. E assim feito incubiu ao homem, único ser vivente na face da terra capaz de progredir em sabedoria e que possui uma alma, feita pelas mãos do próprio Deus para dar nomes a tudo quanto fora feito por Deus. E assim foi feito! O homem passou a fazer parte da criação divina, não era somente mais uma criatura, mas uma semelhança participante da criação.
Nunca e em momento algum alguma criatura passou a criar junto com seu criador, somente o homem. A isso o Senhor Deus deu um nome: Liberdade!
Mas a cada passo em busca do desconhecido o homem foi encontrando novos horizontes e foi dando nomes a tudo quanto foi conhecendo. Isso era bom, pois ele dava os nomes e falava com Deus sem interrupção alguma. O homem era exatamente aquilo que Deus desejara dele, por isso Deus deu uma ordem. A essa ordem o homem passaria a ter uma nova expansão de sua liberdade que era limitada devido a sua ignorância inicial.
Não comereis do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Ora, o homem foi feito por Deus para que conhecesse as coisas, como então ele não pode comer do fruto do conhecimento do bem e do mal?
Nós somos seres que participamos da divindade, que encontramos em Deus tudo o quanto podemos conhecer e tudo quanto podemos ver e se Deus está com nós, quem estará contra nós?
Pensando assim poderia dizer que a árvore não era tão boa assim, já que o homem não poderia tocá-lo. Mas não! A árvore era sim boa e o homem muito bom. O que era necessário para o homem, Deus já tinha definido e o desafio do homem iniciara naquela ordem, pois ele não sabia o que era o mal, pois nele não existia nada de mal, apenas o bem e a verdade.
Quando a serpente interpelou a mulher para que comesse dessa árvore ela estava sendo ludibriada a fazer algo que nunca teve no coração dela: “pecar” e esse conhecimento ela não tinha dimensão e assim comeu. Comendo ela entregou a seu marido que comeu do fruto proibido e então eles tiveram a dimensão do bem e do mal. Pela primeira vez na vida deles eles passaram a conhecer o que é mal. Mal que outrora não era manifestado a eles, mas era apenas para dominá-lo com o que Deus tinha dado a eles.
Mas então a árvore era má? Não! A árvore era apenas um referencial de crescimento do homem rumo a sua plenitude com Deus, pois desde o início Deus criou o homem para fazer parte de Sua plenitude e a partir do momento em que o homem e a mulher comeram do fruto proibido passaram então a se chamar de Adão e Eva, onde seus nomes provém das determinações de Deus em seu julgamento inicial.
Assim, conhecendo o bem e o mal, Adão e Eva passou a viver fora do jardim do Éden, andando errante pelo mundo.
Mas Deus não se afastou deles e nem de sua descendência e toda vez que nos inclinamos para o mal o Senhor nos avisa:
(Gênesis 4, 6-7)
O Senhor disse-lhe: “Por que estás irado? E por que está abatido o teu semblante?Se praticares o bem, sem dúvida alguma poderás reabilitar-te. Mas se precederes mal, o pecado estará à tua porta, espreitando-te; mas, tu deverás dominá-lo.”
Para tudo temos uma referência que nos leva a Deus, inicialmente era a árvore do conhecimento do bem e do mal, depois para Caim seu próprio irmão Abel.
Com o passar dos tempos sempre tivemos referências que de certa forma apontava para Deus, mas em todas elas fora a prefiguração de Cristo, o sumo sacerdote eterno que deveria vir ao mundo para que fôssemos elevados como co-herdeiros.
A árvore da vida, a árvore do conhecimento do bem e do mal aponta para Jesus Cristo na cruz, onde a Vida, o Verbo que continha todo o bem, passara a ter todo o mal destruindo assim o que Satanás, a antiga serpente fizera a que deveria ser a mulher e ao que deveria ser o homem no início dos tempos.
Nem Adão, nem Eva e nem a serpente entendia que aquela ordem de Deus era a prefiguração da vinda do próprio Deus na vida dos homens.
O homem não pode ter dentro dele o conteúdo do bem e do mal, é insuportável para ele, por isso temos a liberdade de decidir pelo bem e pelo bem, nunca pelo mal. Nós não somos livres para optar pelo mal. Quando fazemos o mal o fazemos tão pura e simplesmente pelo julgo, pela escravidão e pela prisão. Nunca o é por liberdade.
Jesus é o único que tem a plenitude do conhecimento em sí e somente Ele tem o poder de atrair a Sí todo o mal que fora criado na terra.
(I Coríntios 6,12)
Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.
E não se deixando dominar por coisa alguma é que agimos com liberdade e nos assemelhamos a Adão antes de comer do fruto, nos configuramos a Cristo que é a árvore da Vida e fazemos assim parte dos eleitos de Deus.
Espero que tenha ao menos ajudado com o que escrevi.
Autor: Ronnam de Lima da Silva.
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